segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um passo

Estou a um passo de descobrir que tudo que eu fiz valeu, sim, a pena.
A um passo de perceber que aprendemos com nossos erros,
e que mesmo que erremos mais, mereceremos uma segunda chance.
A um passo de deixar de lado todas as angústias e medos do passado.
A um passo de me encantar com um mundo que eu pensei não existir.
A um passo de arrumar minhas malas e voltar no meio do caminho, pra lhe deixar uma recordação, e pedir de volta quando eu retornar.
A um passo de me apaixonar novamente e de, mais uma vez, abandonar até a mim mesmo,
e depois perceber que EU sou mais importante que isso tudo,
que eu tenho sempre que me colocar em primeiro lugar.
Um passo é muita coisa, pode significar uma vida inteira...
Uma nova paixão, um novo sonho, um novo rumo...

Estou a um passo de chegar até você.


(Bruno Souza)

domingo, 21 de novembro de 2010

Chorar pra quê?





"Eu não vou chorar

Você não vai chorar

Você pode entender

Que eu não vou mais te ver
Por enquanto
Sorria e saiba o que eu sei 
Eu te amo" 


 ("Dessa vez", Nando Reis) ♪


sábado, 20 de novembro de 2010

NÃO, afinal



Breno tinha se acostumado a viver sozinho. A vida não lhe dava tantas oportunidades amorosas, como esperava. Se relacionou poucas vezes. Tinha a "mania" de amar e não ser correspondido. Foi assim com Diana, Amanda e Julia. Aliás, Julia foi sua referência de "perfeição" por muito tempo. Mas foi desprezado por ela. Ela dizia apenas "Ah, que isso, Breno? Somos apenas amigos".

- Odeio a expressão "apenas amigos", com todas as minhas forças.

Saía do colégio, onde estudavam. Agora começaria uma nova fase. Entra num pré-vestibular de um bairro próximo e, pra sua surpresa, ele e Julia voltam a ser colegas de turma. O destino é mesmo irônico. Conheceu Alex, que seria um grande amigo seu por muito tempo. Sim, antes que ele se apaixonasse por Julia. Breno, aliás, sabia que não tinha chance quase nenhuma com ela, mas se iludia, ainda tinha esperanças. Ok, Esse nosso novo amigo chamava a atenção dela. Era mais bonito que ele, sem dúvida. E isso o chateava bastante. Eram opostos que se davam bem e faziam aniversário no mesmo dia. Breno resolveu confiar em si mesmo e esquecer Julia de vez. As aulas no cursinho o fizeram despertar sua atenção na hora das provas. Ao fim do ano, conseguiu um emprego temporário. Quando saiu, descobriu que tinha conseguido a tão esperada bolsa na universidade. Uma nova vida estaria por vir.


Nas primeiras semanas na faculdade, conhece Nadia e se encanta com sua beleza e com seu jeito de ser. Ela estava envolvida com outro garoto, Thales, iniciando uma relação. Ok, Breno, tente não gostar tanto dela, por favor. Tarde demais.. ah, mas não sei se é bem um sentimento grande que sentia por ela, talvez fosse só amizade mesmo, e percebeu que estava certo quando começou a conviver mais com Sabrina, sua colega de faculdade. Breno sentia cada vez mais falta dela, quando não estavam juntos. Estava se encantando com ela aos poucos. Nesse meio tempo, pra não se iludir tanto, investiu em outros relacionamentos, e levou um susto: quase se tornou pai. Sabrina, sua amiga fiel, sabia dessa história. Ela estava muito feliz com seu namorado, Rodrigo.

Breno tinha uma grande consideração por Sabrina, isso estava bem claro. Já ela, nem sempre lhe falava muito sobre sua vida. Descobriu o fim de seu namoro um mês depois do término. Aiai, Breno, sempre o último a saber. Os colegas de bar comentavam, eles percebiam que o sentimento dele por Sabrina era grande, e não se limitava apenas a uma amizade. Pra todos os lugares eles tinham a condição "Só vou se você também for".

Foi numa comemoração de fim de ano que, semi-bêbado, Breno aproveitou a formação de novos casais pra tentar algo a mais com sua amada, mas tudo que ouviu foi um simples e claro "NÃO." Expressões como "nada a ver" e "somos só amigos" acompanharam a resposta negativa.

- Já falei que odeio a expressão "apenas amigos"?

Então, daquele dia, fora o toco, ele não se lembra de muita coisa.. Ele tava triste, desiludido, e curtiu sua "fossa", sentado a uma mesa, com copos de cervejas e vinhos como companhia, enquanto via a investida de outros colegas com a garota em questão. Na volta pra casa, resolveu esquecê-la. Ficou um bom tempo sem nem pronunciar seu nome. Mas o fim de ano estava ali, e com ele, as reconciliações. Ele descobriu que ela tinha voltado com seu ex, na época da investida. Mas agora eles tinham terminado, de novo. Breno não parou com as indiretas, permaneceu com elas por um bom tempo, mesmo sabendo que podia não conseguir nada com elas.

No ano seguinte, Breno, que falava pouco com seu colega Sérgio, o chamou para a conversa, para não deixá-lo tão isolado. Nos próximos dias, Sabrina também o chamaria. Breno, Sabrina, Nadia e Sérgio se tornariam amigos inseparáveis nos próximos meses. Momentos especiais e milhares de fotos que no fim do ano gerariam um slideshow de 16 minutos com hits mixados.

Chegam enfim ao antepenúltimo período da faculdade. Nadia, que havia trocado de turno, volta ao mesmo turno que os amigos. Programas como cinema estavam sempre no toplist de Breno, mesmo quando não tinha companhia. Então ele reparou que nunca havia ido sozinho ao cinema com Sabrina. Já Sérgio havia ido uma vez. Ah, mas eles são só amigos. Aliás, Breno desconfiava seriamente da sexualidade de Sérgio. Pelo menos bi ele deve ser. Menos risco? Talvez. Breno sempre os convidava para os programas. Festas, filmes em casa, cinema, e até um passeio na orla de uma praia, próxima aos hospedados atores internacionais, que vieram à sua cidade pra gravar o 5º de uma série de filmes de ação. A cada 10 convites, só 2 eram aceitos. E ele sempre decidia se virar sozinho, mas achava sem graça fazer tudo sem ninguém. Exceto o cinema - Mesmo sem companhia, lá estava ele.

E então, o inusitado acontece. Sabrina e Sérgio iniciam um "namoro fake". Uma brincadeirinha de amigos. Só andavam de mãos dadas e trocavam declarações online. Ele vivia comentando o cabelo e a roupa dela. Namorado ou personal stylist? 

Foram ao cinema, só os dois, mais uma vez. Sim, isso após recusar o convite de Breno. O "Ah, sozinha com o Breno não tem graça, mas com o Sérgio tudo tem" estava estampado em sua testa. Mesmo que desmentisse os fatos, estava tudo bem claro. Eles estavam cada vez mais próximos. E então, numa critica online ao namoro fake, vem um reply revelador que dizia "Você não sabe de nada", acompanhado de "cof" que o deixara completamente irritado.


Jokes become realities. And this is not so good. It could have been before but NOT THIS TIME. 


Ok, Breno tinha, sim, se relacionado com outras garotas nesse meio tempo. Tinha se "apaixonadecepcionado" algumas vezes. Garotas de outros estados, outras cidades, outros bairros e até do próprio bairro onde mora. Loiras, morenas, ruivas, cabelos coloridos, quilos a mais, a menos e até lésbicas cruzaram seu caminho, algumas despertando bastante, bas-tan-te interesse. Mas aquilo que parecia um simples "cof", fez a verdade vir à tona: Breno ainda estava apaixonado por Sabrina. Ele se lembra de uma festa de Halloween em que um garoto demonstrou interesse por ela e ele disse a si mesmo "Se ela ficar com ele, eu vou embora. Não aguentarei ver essa cena." A melhor amiga de Sabrina reparou a forma como Breno olhava para sua amiga, cabia mais que amizade ali, era só ela querer. E Sabrina não enxergava Breno quase gritando "Eu tô aqui! Olha pra mim!". Até música especial ele pediu ao dj da festa. Tudo por Sabrina. Ele se lembra também quando, numa viagem a outro estado, ela ficou com um tal de Danilo, e se declarou apaixonada por ele. E também ficou com ciúmes de um amigo em comum, Roberto, quando percebia a troca de olhares entre eles. Mas nesse assunto, ele não se meteu. Até porque uma amiga dos dois, Bianca, já tinha demonstrado infantilidade o suficiente fazendo perguntas online anônimas para ela. Ele se encantou com Fabiana, seu amor virtual, conheceu Bruna, Renata.. mas isso é passado. E veio a Angélica. Aliás, Angélica, Alice, Alessandra...  Breno adorava a letra A.


Além da mania de amar-sem-ser-amado, ele também tinha uma mania (muito sábia, por sinal) de se afastar de pessoas e lugares, quando percebe que não estará à vontade. Quando não faz isso, se arrepende - e muito! - por um bom tempo.  Se afastou de Sabrina e Sérgio algumas vezes, por esse motivo, por se sentir isolado. Já que sua presença não era desejada em algumas situações, por que ele estaria lá? Fez isso e sente que, pra não sofrer demais, precisará fazer de novo.



- E sou obrigado a repetir que ODEIO a expressão "apenas amigos"! Não foi o que ela me disse da outra vez? Que por sermos amigos, não haveria chance? O que ela quer? Se relacionar com inimigos? E por que ela não repete a Sérgio o que ela me disse há 2 anos (que não vai ficar com ele porque são só amigos)? O que ela quer? Sou obrigado a repetir a pergunta que virou até série de televisão: AFINAL, O QUE QUEREM AS MULHERES? Breno não tem culpa de ter se apaixonado assim. E não suportaria ver os dois juntos. Sabrina com Sérgio? Não! Era demais pra ele. Assim como não suportaria vê-la com Roberto, por exemplo, um amigo que ele considerava muito. Por que a vida tem que te dar esses "puxões de tapete"?

Breno não sabe a resposta. Dias depois de ver a cena que não esperava ver de jeito nenhum, morreu sem ter seu amor correspondido ao menos uma vez.


Pobre Breno.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Morte ou vida?

Há um tempo já não se sentia mais à vontade com nada. Sua vida não fazia mais sentido. Entre ideias e desistências, foi levando a vida. Não da forma que queria, mas fazer o quê? Seus sonhos às vezes falavam mais alto, e isso lhe oferecia perigo, pois quanto maior o sonho, maior a queda durante uma decepção. A ilusão era sua fiel companheira. Apenas ela. Mais ninguém. Sua companhia no cinema, por sessões consecutivas, eram apenas os desconhecidos à sua volta. Ria sozinho, chorava sozinho, tinha que aprender a se virar sozinho. Sempre sozinho.

Naquela semana, seu mundo desmoronou. Brigou com as pessoas que mais ama. Sua vontade era de não existir mais. Largar tudo. Entre planos de suicídio, escreveu uma carta de despedida. Nela, alguns nomes de pessoas que significavam muito em sua vida. Talvez não fosse recíproco da parte de algumas pessoas da lista, mas isso não importava agora. Era mesmo seu fim.


"Waiting for the end to come
Wishing I had strength to stand
This is not what I had planned
It's out of my control" 


Até que uma conversa lhe deixa confuso. Talvez ele não devesse desistir assim, mas ainda era uma dúvida.

Após mais uma sessão de cinema, solitário, acompanhado por poltronas vazias, se animava com o mundo que era mostrado à sua frente. Tudo poderia ser como num bom filme, mas não é. A comédia acaba e ele anda pelas ruas, voltando pra casa como se estivesse sem rumo. Já era noite, as ruas semi-desertas, pessoas estranhas ao redor. Sensação de déjà vu, um frio que fazia se arrepiar, mas era algo interno. O sinal fecha, e ele está pronto pra atravessar. É quando um carro parte em sua direção, mas freia a tempo de evitar uma tragédia. Não suficiente para matar, nem ao menos pra machucar. Só recebera algumas marcas vermelhas no joelho e abaixo dele, marcas roxas ao redor dos ossos da cintura, e uma leve dor no pulso direito, por se apoiar sobre o capô durante o acidente. Com leve dificuldade ao andar, chegou em casa e não contou a ninguém. Escondeu por um dia inteiro.

Ao revelar o ocorrido, recebeu o apoio de pessoas que nem imaginava. De algumas, recebeu exatamente o que esperava, e não era bom. A preocupação recíproca e o desabafo com sua irmã o fizeram relaxar. Amanhã é um novo dia.

E foi realmente o que aconteceu. Ele nem esperava que um trabalho de faculdade o distrairia tanto. Estava feliz por algum tempo, um sorriso inesperado apareceu em seu rosto. Seu senso de humor dava sinal de vida. A música alta fazia seu corpo mexer aos poucos. Estava novamente se animando com algo.

Decidiu viver.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Cores

colors, colors, colors...

Ontem eu quase fui à Parada Gay. Não fui, apenas por não gostar de lugares onde a multidão é tão significativa.

Antes que me perguntem, não sou homossexual. Mas respeito a opção de cada um. Tenho muitos amigos gays, alguns deles meus melhores amigos. E tenho muito orgulho deles, pois são amigos especiais, pessoas que eu sei que posso confiar. Há respeito de ambas as partes. E é basicamente isso que tem que construir uma amizade: confiança e respeito. Cansei de amigos que só querem saber de "zoar". Tranquilo, é legal, a gente se diverte. Mas onde é que entra a palavra AMIZADE nessa conversa? Gosto de provas, às vezes o tempo todo. Amigos são amigos, "parceiros de zoação" não.

Mas deixemos de lado o assunto "orientação sexual" e "amigos verdadeiros ou não".
O foco desse post não é esse.


Quando disse em casa que ia pra Parada gay, minha mãe logo arregalou os olhos e me fez várias perguntas. O assunto criou polêmica aqui em casa. Não sei se ela é a pessoa mais preconceituosa do mundo, mas está bem perto. E então ela disse algo que me chamou a atenção: "Deus fez o homem e a mulher! Não quero filho 'bixa' em casa. Quero ter nora, quero ter netos..."

Confesso que ri na hora. Calma mãe, você terá nora e netos! Mas não é tão fácil achar alguém.

É aí que entra a pergunta: Existe a mulher ideal?

Conheci várias, dormi com algumas e ainda não obtive essa resposta. Bom, a palavra "ideal" já significa algo que é impossível, que existe só na "ideia". Temos que viver o real.

Sim, o REAL, pois não confio tanto mais nos "amores virtuais". Me decepcionei muito com isso, e decidi parar de uma vez por todas.

E você acredita que, durante esse tempo, eu vi mulheres que escreviam em seus perfis online: "Quero um namorado. Alguém se candidata?". Quer dizer, pra essa pessoa tanto faz quem queira se candidatar, ela só não pode ficar sem alguém. É isso? Que desespero é esse?

No meu tempo, e eu nem sou tão velho assim, tinha que existir uma boa relação, pra existir algo próximo a um namoro.

Existe amor hoje em dia? Eu começo a desconfiar que não. Recebi recentemente propostas de namoro de pessoas que eu nem conhecia direito. Ficar? Beijar? Beleza, mas pra um namoro é preciso mais que isso. Confiar, desejar, amar, é difícil, porém necessário. Tá, eu sei, nunca postei algo tão sentimental, talvez até já tenha dito, mas é que eu realmente não entendo.

Se existe "carametade", "alma gêmea", "um chinelo velho pra um pé cansado", a "tampa da panela", a "metade da laranja"? Talvez. Se existir mesmo, pra que procurar tanto, e de formas tão banais? Vamos dar valor aos sentimentos! Sim, eu dou valor aos sentimentos, embora eu não acredite nas pessoas tanto quanto antes, devido aos "tombos" que levei nessa vida. E aquelas que eu "peguei", "fiquei".. nos damos bem, somos como "amigos". Sim, amizade "colorida", rs. Nada que tenha evoluido pra algo sério. Aliás, só namorei sério 2 vezes em toda minha vida! =O Verdade, o cupido não tem sido tão gentil comigo, rs. E quando acho que encontrei alguém, não sou correspondido. Ou sou, aparentemente correspondido, mas depois vejo que tudo não passou de ilusão. Decido então, mais uma vez, tentar "curtir" a vida sem me prender a ninguém.

Mas quero, sim, conhecer uma mulher que me faça feliz, que eu ame, deseje, e que seja recíproco. Casar, ter filhos... claro!

Enquanto isso continuo nas amizades coloridas, rs..


colors, colors, colors...